sábado, 4 de junho de 2011 | By: Carolina Vieira

Problema social

                        Esses dias eu li uma frase do Renato Russo que falava: “o mal do século é a solidão.”  Bonita frase. Mas, nesse século, lhe garanto que o mal é outro: os gnomos.
                        Podem me chamar de louca, sem noção ou qualquer coisa assim, mas lhe asseguro que os gnomos são injustos.  Por exemplo: hoje você tem que entregar um trabalho.  O trabalho ESTÁ em cima da estante.  Quando você está saindo, procura o trabalho e...tcharan! Ele não está mais lá. O motivo? Algum gnomo ladrão quis se divertir com a sua desgraça.
                         E não é de hoje não! Imagine você: está lá, ele, o grande deus da guitarra, Jimmi Hendrix.  Ele vai tocar no Woodstock e...perde sua palheta favorita! Afinal, por que você acha que nós, guitarristas temos tantas palhetas?  Justamente por que somos grandes vítimas dos gnomos.
                         Outro exemplo: na minha primeira semana de aula na oitava série, minha professora de história pediu que levássemos uma folha com todo o conteúdo que tivemos no ano anterior.  Ok, cheguei em casa, abri meu fichário (deixava todas as minhas folhas no fichário) e, adivinha? Perdi todas as folhas de história.  Todas as outras estavam lá, menos as de história.  Desde então comecei a acreditar neles.  Malditos gnomos.
                        Agora que você já sabe do perigo, instale imediatamente ratoeiras nos seus bens mais preciosos.  Não vai? Tá bom, só não diz que eu não avisei...


                                                                                                                       Isabel Gonzales Dermann
quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011 | By: Carolina Vieira

A mola maluca

Uma mola é um objeto elástico flexível usado para armazenar a energia mecânica, diz a Wikipédia.  Quando formada por um degradê de cores vivas faz a alegria da garotada. Bom, pelo menos durante a minha infância.
Hoje, as crianças se divertem com videogames,TV e computadores. Pequenos sedentários.
Ontem,quando fui visitar uma amiga,fui recepcionada por seus irmãos menores(a menina com 10 anos e o menino com 6) e adivinha o que eles carregavam? Molas malucas. Sim! As mesmas que divertiam crianças há mais de décadas ainda existem.
Peguei uma emprestada e comecei a brincar. Voltei para a infância,quando o simples e óbvio mexia com a imaginação.
É,os tempos mudaram, mas nem tanto assim.
                                
                                                                                                    Isabel Gonzales Dermann

Prioridade do governo: Copa do Mundo

Ah! Cada vez que eu olho o noticiário na televisão, leio o jornal ou vejo as notícias na
internet me irrito ainda mais. Por que não há um canal de acontecimentos, uma edição de
jornal ou um site de informações que não relate as tragédias que estão acontecendo no Brasil.
Chuvas torrenciais que derrubam encostas aterrando casas e famílias, filas de pacientes
esperando nos hospitais, poluição descontrolada. E isso foi só nos dois últimos dias.
Não vou mentir, tem muita coisa que me irrita, e não sou lá uma garota muito
paciente. Fico realmente estarrecida ao ver pessoas que não abandonam os locais de riscos de
desabamento, pondo em risco suas e as vidas de seus familiares. Uma das entrevistadas no
Jornal do Almoço falou uma coisa que eu acho importante ressaltar; “Construa em área de
risco hoje e você pode sofrer amanhã”. Ah, se mais pessoas tivessem esse pensamento
formado, teríamos muito menos mortes neste ano de 2011 e em torno de 814 pessoas
poderiam estar a salvo, somente no Rio de Janeiro.
Em São Paulo, a chuva também está afetando seriamente, enchentes estão se
formando, causando danos e perdas. Um dos motivos para tal é a extrema poluição na cidade,
que polui os bueiros, impedindo a água de ir para o rio. Eis a simples, mas esclarecedora
explicação de um dos garis que estavam limpando a rua para que não houvesse mais tantas
enchentes: “Falta de educação”.
E os hospitais! Uma das questões principais que queria abordar era: Por que não há
espaço e atendimento suficiente nos postos de saúde? O Brasil não tem dinheiro para investir
em saúde? Ah, claro, mas para as reformas para a Copa tem, então?
E muitos políticos revidariam: Mas a Copa trará lucro e desenvolvimento do país com
toda certeza. AlôÔ? Saúde é desenvolvimento. Educação é desenvolvimento. Cuidado para
com mortes desnecessárias é desenvolvimento.
Está na hora de o governo parar de se preocupar com a imagem que os outros países
têm do Brasil e começar a se preocupar com a imagem que passa para o seu próprio povo.

                                                                                                                                   Anne Carow
domingo, 2 de janeiro de 2011 | By: Carolina Vieira

A moça do biquíni azul


Todas as tardes ela chegava na praia e depositava seu par de chinelos, suas chaves  e seu short jeans na frente da minha guarita.  Provavelmente veio passar o Natal e o Ano Novo aqui, talvez por causa da família, que deve ter alguma casa ou apartamento por aqui.
Sua paixão pela água era notável.  Mal chegava e já ia adentrando o mar.
O mar estava ótimo.  Bandeira amarela,  água morna,  ondas altas e muitas pessoas se aventurando, assim como ela.
Chegou na rebentação.  Apesar de baixinha, ela tinha muita coragem. 
Ora mergulhava, ora pegava “jacarés”.  Dependia da onda.
Mas, chegou o vento.   E com ele as mudanças.  O mar ficou rebelde.  Os riscos aumentavam.
Ela mergulhava e logo em seguida já vinha outra onda lhe cobrindo a cabeça.  O desespero aumentava, mas ela não deixava de se divertir.
Mas agora, moça do biquíni azul, preste atenção no que eu penso.  Mesmo que tu tenhas engolido água, mesmo que o sal te cegue os olhos,  mesmo que o teu cabelo te atrapalhe, mesmo que tu não saibas nadar, trata de te recuperar rápido.  E agora vira para trás e olha, olha o que te espera.
Isabel Gonzales Dermann

Presente de Natal


           Então é isso. Hoje é véspera de natal e eu tive a infeliz idéia de ir comprar um presente à tarde. Em um “R$1,99”. Tudo o que posso dizer é: Meu Deus. E Ele nem nasceu ainda.
            Bem, apenas por essas duas palavras já deve ser possível imaginar a situação do estabelecimento. O lugar estava cheio e os ventiladores não suportavam o calor, tanto dos 38 °C lá fora quanto o humano que se formava a partir dos corpos se chocando à procura de uma passagem para chegar em tal prateleira de presentes amontoados.
            Até que minha compra foi relativamente tranqüila. Fiquei um tempo procurando por um presente que servisse para minha irmã pensando “cara, o que será que eu posso achar aqui?” até que encontrei um porta-jóias em forma de piano e um chaveiro de cubo mágico, o que pode parecer até “chinelagem” do ponto de vista de alguns, mas tem um significado especial para ela.
            Mas estou divagando. O assunto que eu realmente queria atingir com essa crônica é o básico: “Será que não estamos capitalizando o Natal?”
            Quer saber? Acho que não. Claro, toda essa propaganda de “Natal é tempo de presentear quem se ama” é um grande incitamento para nos fazer comprar, mas não deixa de ser verdade, não é? Ninguém dá presente de Natal a quem não gosta (a não ser a certos amigos-secretos e familiares chatos), então os presentes são uma maneira de dizer às pessoas que as amamos e desejamos tudo de bom no Natal. E sem desculpa de “estou sem dinheiro esse ano”. Um presente de verdade não precisa de dinheiro, só de criatividade e sentimento.
            O maior presente que já ganhei – ou melhor, que meu pai ganhou – foi uma pedra. Isso mesmo, uma pedra, e nem era preciosa. Era somente uma pedra de brita de rua. O que a fez ser valiosa foi quem a deu. Um menino do jardim de infância chegou para meu pai e falou “Tio, tenho um presente pra te dar” e entregou a pedrinha.
            Quem já foi pequeno e quis dar um presente para alguém, não importa qual fosse, não importa quem fosse, sabe como esse menino se sentiu.
            Natal agora pra mim é época de nostalgia e de preservação de tradições, sendo uma delas a lembrança de que afinal, foi nesse dia que Jesus nasceu. E o maior presente que eles nos deu foi inspiração, e não custou nem R$1,99.

Anne Carow
quinta-feira, 11 de novembro de 2010 | By: Carolina Vieira

Hoje parei para pensar

Hoje parei para pensar, devo escrever? Mas minha “praia” não é a música? Então depois de pensar no que escrever e lembrei do meu celular.
"Onde está meu celular? Me sinto pelado sem meu celular”. Epa! Que foi que eu disse? Pelado? Essa é uma frase que se tornou normal entre pessoas hoje em dia, mas que deu um impacto tão grande em mim.
Porquê essa dependência? 
"Deve ser porque contém nossas fotos!"
E a boa e velha câmera?
"Então deve ser porque contém nossos contatos!"
E o bloquinho de notas, ou a agenda telefônica? 
"Ah, lógico, contém nossos joguinhos e tudo mais!"
E o bom e velho mini-game? 
Certamente que o celular reuniu tudo isso em um só aparelho, dando praticidade, mas por que nos sentimos pelados? Dependência tecnológica, todos temos, não adianta negar, todos querem ter o melhor, o mais fantástico, que praticamente voa. 
Perdemos a liberdade pra nós mesmos! Já tentou sair de casa sem celular? Sem rumo? Sem hora pra voltar? Somente você e seu pequeno ego? Esqueci que seu “carinha” tem que “upar” no jogo online, ou suas amigas tem que saber as fofocas por MSN, ou “e se meus pais tentarem me achar?”
Conhece o bom e velho “orelhão”? Não aquela coisa na sua cabeça que provavelmente serve para pendurar seus brincos e piercings da moda, e sim aquele telefone grandão que fica na rua que na minha época era laranja, pode dar um sinal de vida por ele, mas a liberdade antiga que tínhamos sem o celular, internet, computador, já se foi faz tempo com um pirocóptero, pião ou algum brinquedo substituído pelo maravilhoso mundo digital.

                                                                                                                              Bruno Moraes (Jow)
terça-feira, 26 de outubro de 2010 | By: Carolina Vieira

Somente uma coisa; somente eu

Há tantas coisas, tantas ações executadas por nós, humanos. Coisas que passam despercebidas por nós. Mas, se repararmos bem, há somente uma coisa no mundo que somente nós podemos fazer por nós mesmos: cocô!
Provavelmente deve estar pensando que há outra coisa que pode ser feita somente por nós, mas não há. Por exemplo, o xixi. Uma pessoa pode te segurar diante do vaso (se você for homem) e mirar por você e, depois, até mesmo sacudir. Mas e quanto a leitura, conquistar um grande amor ou fazer amor? Leitura alguém pode fazer por você, em voz alta. Conquistar alguém também, é só pedir para um poeta escrever poemas no seu lugar e a garota cai na tua. Quanto ao fazer amor, até isso outra pessoa pode fazer no teu lugar, é o que diz o padeiro aqui perto, Ricardo.
Ah, mas cocô não! Não é a mesma coisa que o xixi, só ter alguém por perto que tudo flui. Não. O ato de “fazer o número 2”, como é conhecido no popular, tem todo um ritual. É você quem escolhe o que vai ler, que caderno da Zero Hora vai te desestressar, deixar que as coisas escoam com naturalidade. Somente você sabe que pensamentos pensar nesse momento de completa calmaria interior. É o momento em que corruptos tornam-se filósofos. Há até quem acenda um incenso, mas não vamos entrar nesse mérito.
Enão, hoje, quando for para o seu trono, repare que você é único ao fazer isso. Só você pode fazer o teu cocô da maneira que faz, com tamanha habilidade e sutileza. Valorize o teu cocô, pois ele é uma obra unicamente tua. 
                             
                                                                                                                                      Matheus Penafiel