Todas as tardes ela chegava na praia e depositava seu par de chinelos, suas chaves e seu short jeans na frente da minha guarita. Provavelmente veio passar o Natal e o Ano Novo aqui, talvez por causa da família, que deve ter alguma casa ou apartamento por aqui.
Sua paixão pela água era notável. Mal chegava e já ia adentrando o mar.
O mar estava ótimo. Bandeira amarela, água morna, ondas altas e muitas pessoas se aventurando, assim como ela.
Chegou na rebentação. Apesar de baixinha, ela tinha muita coragem.
Ora mergulhava, ora pegava “jacarés”. Dependia da onda.
Mas, chegou o vento. E com ele as mudanças. O mar ficou rebelde. Os riscos aumentavam.
Ela mergulhava e logo em seguida já vinha outra onda lhe cobrindo a cabeça. O desespero aumentava, mas ela não deixava de se divertir.
Mas agora, moça do biquíni azul, preste atenção no que eu penso. Mesmo que tu tenhas engolido água, mesmo que o sal te cegue os olhos, mesmo que o teu cabelo te atrapalhe, mesmo que tu não saibas nadar, trata de te recuperar rápido. E agora vira para trás e olha, olha o que te espera.
Isabel Gonzales Dermann
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