domingo, 2 de janeiro de 2011 | By: Carolina Vieira

A moça do biquíni azul


Todas as tardes ela chegava na praia e depositava seu par de chinelos, suas chaves  e seu short jeans na frente da minha guarita.  Provavelmente veio passar o Natal e o Ano Novo aqui, talvez por causa da família, que deve ter alguma casa ou apartamento por aqui.
Sua paixão pela água era notável.  Mal chegava e já ia adentrando o mar.
O mar estava ótimo.  Bandeira amarela,  água morna,  ondas altas e muitas pessoas se aventurando, assim como ela.
Chegou na rebentação.  Apesar de baixinha, ela tinha muita coragem. 
Ora mergulhava, ora pegava “jacarés”.  Dependia da onda.
Mas, chegou o vento.   E com ele as mudanças.  O mar ficou rebelde.  Os riscos aumentavam.
Ela mergulhava e logo em seguida já vinha outra onda lhe cobrindo a cabeça.  O desespero aumentava, mas ela não deixava de se divertir.
Mas agora, moça do biquíni azul, preste atenção no que eu penso.  Mesmo que tu tenhas engolido água, mesmo que o sal te cegue os olhos,  mesmo que o teu cabelo te atrapalhe, mesmo que tu não saibas nadar, trata de te recuperar rápido.  E agora vira para trás e olha, olha o que te espera.
Isabel Gonzales Dermann

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