Sempre achei que um simples cumprimento não fizesse mal a ninguém, mas parece que nem todos pensam dessa maneira. O que me intriga é que, nem por educação, ou até mesmo simpatia, é possível vislumbrar um sorriso, ou um simples gesto com a cabeça, que faça com que uma pessoa sinta-se ao menos percebida.
Eu via a moça diariamente. Todas as manhãs, quando me dirigia à escola, ela passava por mim. Eu não sabia para onde ia, nem me interessava saber, mas por um mero acaso da rotina, posteriormente, soube que trabalhava e ainda trabalha em Novo Hamburgo, onde estudo.
O engraçado é que aquela situação repetia-se seguidamente e permanecia inalterada. Pensei que pudesse ser uma pessoa inibida, apesar da vestimenta ousada, que evidenciava o contrário e, depois de longo tempo, durante o qual sequer trocávamos olhares, decidi que um “bom-dia” viria a calhar, mas a recíproca não era verdadeira. Meu singelo sorriso e voz aparentemente agradável ao saudá-la passaram despercebidos, sem nem receber retorno.
Não a vi outra vez. Pelo menos até há poucos dias. Eu esquecera-me do fato ocorrido, embora tenha considerado um insulto a minha boa intenção.
Pois bem, atualmente a encontro às terças-feiras à noite, tomando o mesmo ônibus que eu para retornar a casa. Imagino que ela não saiba quem sou, nem se lembre de mim. Pouco me importo. Talvez minha conjetura faça-se errônea sobre seu caráter, e quem sabe até seja uma moça carismática e gentil, mas tenho certeza que um simples “oi” não tiraria pedaço.
Rodrigo Schmitt Lemmertz
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